Uma operação da
Polícia Federal deflagrada na manhã desta terça-feira apreendeu milhares de reais em espécie em um suposto bunker onde o ex-ministro
Geddel Vieira Lima (PMDB) armazenaria recursos ilícitos, em Salvador, na Bahia. As imagens divulgadas pela assessoria da PF são impressionantes: foram recolhidas ao menos nove malas e sete caixas de papelão lotadas de notas de 100 e 50 reais. O valor ainda não foi contabilizado pelos policiais. A montanha de dinheiro encheu ao menos dois porta-malas de camionetes usadas no cumprimento do mandado judicial.
Os policiais chegaram ao local onde o dinheiro estava armazenado após uma denúncia de que o ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer estaria escondendo documentos relacionados a uma das investigações da qual é alvo. Na prática, os policiais conseguiram muito mais do que esperavam. O imóvel onde estava a montanha de dinheiro não era do peemedebista, mas estava cedido a ele. Oficialmente, ele informava ao proprietário do local que guardaria documentos de seu finado pai, Afrísio Vieira Lima, no apartamento.
Batizada de Tesouro Perdido, a operação desta terça-feira é uma continuação da
Operação Cui Bono, que havia resultado na prisão de Geddel em julho. O cumprimento do mandado ocorre um dia depois que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, admitiu que a
delação da JBS pode ser anulada porque três dos delatores teriam omitido informações aos investigadores. A PF não detalhou como chegou ao local e nem qual a origem do dinheiro.
Geddel era um dos principais assessores do presidente Michel Temer (PMDB), com forte influência no Congresso Nacional é apontado por delatores da
Lava Jato como um dos receptores de propinas. Ele ficou dez dias preso e atualmente cumpre prisão domiciliar em Salvador.